terça-feira, 18 de junho de 2019

Reflexões sobre a "História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar", Luis Sepúlveda (por Elita Guerreiro)



A GAIVOTA, OS GATOS DO PORTO E O POETA

O grande sonho de voar
De ver de longe a imensidão do mar,
De ser leve como as aves!
Mas como fazê-lo, se não sabes,
Se não pedes ajuda a ninguém?

O Zorbas não sabia também,
Mas acabou sendo Pai e Mãe
Da pequena órfã gaivotinha!
E amou tanto a jovem avezinha
Que a ajudou a voar,
Mesmo tendo medo de tentar!

- “MAMÃ, TENHO MEDO!”

Enorme este segredo,
Que une dois animais
Fisicamente desiguais!
Todas as vontades foram mobilizadas
Páginas de enciclopédia consultadas
E resolveram os gatos em reunião
Que falaria mais alto o coração!
Iriam mesmo ajudar
A pequena gaivota a voar!
Era só pensar como fazê-lo
Quatro patas, muito pêlo…
“TERRIVEL, TERRIVEL!” - miou Sabetudo.
E parecia mesmo o fim do mundo!

- “MAMÃ, TENHO FOME!”

Outro problema enorme!
Mas crescia feliz, muito branquinha,
Tão bela, a pequena avezinha!
E numa tarde de céu limpo,
Zorbas adivinhou-lhe o instinto.
Mas voar era parte do segredo!

- “MAMÃ TENHO MEDO!”

Os gatos perdiam a paciência:
Qual enciclopédia, qual ciência?
E falar com um humano resolveria a questão?
Quebrariam o tabu!... Mas, porque não?
E lá foi o gato preto, grande e gordo
Falar com o poeta do porto.
Pediu ajuda, contou a história,
E finalmente miou vitória!

Naquela noite a gaivotinha Ditosa
Voou como uma pétala de rosa!...

As diferenças só te separam de outros seres,
Se fechares o coração, se não quiseres!


Elita Guerreiro 15 /5/2019  

“COLOSSOS DE POLUIÇÃO”

São enormes, colossais
Parecem não findar mais!
As bandeiras coloridas
Contam histórias de outras vidas.
A bombordo e a estibordo
As gaivotas estão de acordo,
Que serão um bom transporte
Os navios de grande porte!
Não sabem elas coitadas
Como estão enganadas!...
A figura de pele tisnada
Que fuma junto à amurada
E irradia simpatia
Põe fim à sua alegria!
Ao largo, abre os portões:
Os óleos e os alcatrões
Vão contaminar as águas!
E nas marés negras de mágoas,
As gaivotas prateadas
Quedam-se ali afundadas!
Meu Deus, que grande tristeza,
Maltratar a Natureza!
Só há harmonia e paz,
Se cada um for capaz
De se harmonizar também
Com a Natureza- Mãe!


Elita Guerreiro 1/5 / 2019

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