CAMINHAR DE OLHOS VENDADOS
Sem
conhecer o caminho,
Levava
sonhos guardados
Não
caminhava sozinho!
Levava
uma leve esperança
Nos
meus passos apressados,
E
tal como uma criança
Parti
de olhos vendados!
Ninguém
me viu ou ouviu
Quando
murmurei baixinho,
E
o meu coração seguiu
Sem
conhecer o caminho!
Onde
me iriam levar
Os
meus passos torturados,
Quando
iria descansar?
Levava
sonhos guardados!
Dos
olhos caiu a venda
Que
perdi pelo caminho,
E
sem nada que me prenda
Já
não caminho sozinho!
Marcados ficam os passos
Sobre a areia
molhada,
Marcas dos meus
pés descalços
Quando é quase
madrugada!
Uma onda mais
forte
Chega à areia
veloz,
Sopra o vento
do Norte,
Tão rude é a
sua voz!...
Fala mais alto
o mar
Princípio de
tempestade,
Continuo a
caminhar
Calma, com
serenidade!
Já chegam os
pescadores
Da sua faina
noturna,
O peixe com
seus odores
Salta na areia,
há fartura!
A gaivota no
rochedo
Bate as asas
com vigor,
Saberá o meu
segredo?
Não sei, não
sinto temor!
Já se desfizeram
os traços
Dos meus passos
sobre a areia,
O desenho dos
meus passos
Nem esperou a maré
cheia!
Elita Guerreiro/ 28/1/2023
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