Levantou-s'a velida,
levantou-s'alva,
e vai lavar camisas
eno alto.
Vai-las lavar alva.
Levantou-s'a louçana,
levantou-s'alva,
e vai lavar delgadas
eno alto:
Vai-las lavar alva.
E vai lavar camisas,
levantou-s'alva,
o vento lhas desvía
eno alto.
Vai-las lavar alva.
E vai lavar delgadas;
levantou-s'alva,
o vento lhas levaba
eno alto.
Vai-las lavar alva.
O vento lhas desvía;
levantou-s'alva;
meteu-s'alva en ira
eno alto.
Vai-las lavar alva.
O vento lhas levava;
levantou-s'alva;
meteu-s'alva en sanha
eno alto:
Vai-las lavar alva.
D. Dinis
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Levantou-se a bela;
rompe a alvorada;
vai lavar camisas
no rio:
lava-as, de alvorada.
Levantou-se a alva;
rompe a alvorada:
alvas roupas lava
no rio:
lava-as, de alvorada.
Vai lavar camisas;
rompe a alvorada;
o vento as desvia
no rio:
lava-as, de alvorada.
Alvas roupas lava;
rompe a alvorada;
o vento as levava
no rio:
lava-as, de alvorada.
O vento as desvia;
rompe a alvorada;
fica a alva em ira
no rio:
lava-as, de alvorada.
O vento as levava;
rompe a alvorada;
fica a alva irada
no rio:
lava-as, de alvorada.
Natália Correia, Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses
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Quando ela se levantou
Despertando do seu sonho
Já era de madrugada
E o sol vinha a caminho
Ao acordar do seu sonho
Abriu os olhos pr’aurora
Levantou-se lesta e bela
N’ água da fonte mirou
A imagem do rosto belo
E o corpo lindo oferecido
Ao sol que vinha a caminho
Mercedes Ferrari
«POESIA LIVRE» -
BASEADA NUM
POEMA d' el-Rei D.Dinis
“Levantou-se a velida”
Fria
e ventosa
Sai
alva banhada
E
mui graciosa
A
caminho do rio
Toda
cheirosa.
Dentro
do alguidar
Leva
suas camisas
Para
delas cuidar
Começa
a lavá-las
Começa
a estendê-las.
O
vento com rajadas
Leva
as camisas lavadas.
E
o vento diz:
-Vai
las lavar alva.
Alva
vai apanhá-las
Torna
a lavá-las
Torna
a estendê-las
O
vento manhoso
Volta
a levar-lhas.
E
o vento diz:
-Vai
las lavar alva.
Traz
alva as camisas
De
novo as lava
De
novo as estende
O
vento maroto
Assopra
p’ra elas.
E
o vento diz-lhe:
-Vai
las lavar alva.
Irada
e assanhada
Fala
p’ro vento laivoso:
- Vou
ficar sem nada
Deixa
as camisas
Vento
teimoso.
E
o vento diz-lhe:
-Vai
las lavar alva.
Azeitão,
15-01-2016
Carmo
Bairrada
“O
VENTO E A ALVA”
Alva
como a neve foi lavar no rio,
E
o vento leve ao vê-la sorriu!
Alva
a madrugada que a viu chegar,
Com
as roupas brancas para as lavar!
Traquina
o vento com ela brincou,
E
a roupa delicada dela afastou!
Irrita-se
então a alva donzela,
Porque
estraga o vento o trabalho dela?
Já
nasceu a alva, já é madrugada,
E
a alva donzela ainda zangada!
Quis
retê-la o vento e quase conseguiu,
Por
gostar de vê-la tão alva no rio!...
Elita
Guerreiro* 14/1/2016
“TROVAS DO TEMPO QUE PASSA”
“ CANTAR DE AMIGO”
Amigo, vem ver crescer
O rosmaninho no monte,
E o ribeiro que de mansinho
Vai desaguar na fonte!
Amigo, vem que escurece
E talvez não haja luar,
Quero ver teu rosto lindo
Antes do dia chegar!
Amigo, vem pelo caminho
Que a rosa brava perfuma,
Quebra o silêncio da noite
Pisa de leve a caruma!
Vem amigo, vem amigo,
Não me faças esperar,
Como é bom estar contigo
Nesta noite sem luar!...
Elita Guerreiro
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