ALMADA NEGREIROS DÁ A CONHECER
SEBASTIÃO DA GAMA
Não necessito fazer
um grande esforço de memória para recordar a figura imponente do Mestre Almada Negreiros, quando nas
tardes de sábado entrava na sala do Ateneu Comercial de Lisboa. impacientemente
esperado por quem como eu ansiava ouvi-lo, quase todos estudantes de diversas áreas e eu, pequena na
minha pouca sabedoria, alheada de tudo,
olhos fixos naquelas mãos grandes, expressivas e os ouvidos atentos a cada frase,
a cada palavra, proferida pelo Mestre... Falava-nos naquela tarde dos Poetas teimosamente
ignorados, por vários motivos. Com aqueles gestos largos, que pareciam alcançar todas as áreas de conhecimento
e fitando a assistência suspensa das suas palavras, disse (e cito de memória):
- Lisboa não é a concha
onde se aninham Poetas de inspirado talento… Falo dos Poetas de Além -Tejo em cujo
peito e coração, está instalado o amor pela terra que os viu nascer e os sustenta.
Não
era dos Poetas populares, que Almada nos queria falar, como a princípio nos
pareceu, embora fizesse questão de frisar o grande respeito que lhe mereciam. O que o Mestre
nos quis dar a conhecer foi o nome do grande Poeta Sebastião da Gama: Professor, Humanista
e, segundo ele, um dos maiores Poetas nossos contemporâneos. Ninguém como ele amou
tanto a terra que o viu nascer e a Serra onde se insere e onde prematuramente acabou os seus
dias, quando ainda tanto se esperava do seu talento… No seu livro”
Serra - Mãe”, põe Sebastião da Gama todo o amor pela sua Arrábida.
Pela primeira vez,
ouvi falar deste Poeta a quem presto a minha humilde mas sincera homenagem e a quem
agradeço os momentos de grande emoção que experimento em cada leitura de cada
poema que escreveu.
Elita Guerreiro, 21.01.2014
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