O conto ”Madalena”, de Miguel Torga, retrata uma realidade tão trágica, tão dura, um sofrimento tão horrendo, que quase faz sentir dores na alma a quem o lê.
É confrangedor, desumano, traumatizante.
Madalena é uma pobre mulher que caiu na tentação de umas falas mansas e egoístas de um indivíduo que se recusa a casar com ela e apenas se quis aproveitar da sua fraqueza num momento de irreflexão.
“Madalena” é um conto negro. Tudo nele é negativo, sombrio, tormentoso, desesperado.
Madalena prefere sofrer horrores a cair nas bocas do mundo que zombaria dela e a amaldiçoaria pelo momento de fraqueza que a manchara e que era considerado a “pior nódoa que pode sujar uma mulher”.
Neste conto não há esperança, carinho, nem vontade de redenção.
Há raiva, revolta, ressentimento, orgulho, desespero, sofrimento atroz.
A paisagem onde decorre a acção é semelhante ao estado de alma de Madalena. Serrania negra, escaldante, inóspita, seca, descarnada, hostil, solitária, quase irreal.
Madalena assemelha-se a um bicho acossado, que prefere morrer a enfrentar os seus conterrâneos, e tenta fugir para bem longe, ainda que as forças lhe faltem e o sofrimento que sente seja trucidante.
Até o próprio filho é considerado maldito e os movimentos que faz no ventre da mãe são designados como coices, como também se de um bicho se tratasse.
Tudo termina com o nascimento da criança já morta, criança, que, em vez de ser um sinal de esperança, representava uma maldição.
E Madalena regressa a sua casa, liberta do que a apavorava, com o seu orgulho triunfante, mas a alma mergulhada nas profundas trevas de indizível amargura.
Reflexão
sobre o conto “Madalena”, integrado no Livro de Miguel Torga “Os Bichos”.
Reflectindo
sobre este conto, decidimos considerar duas vertentes:
a Conteúdo e riqueza
literária
Neste conto, Miguel Torga descreve, como só ele sabe, um drama comum na sociedade
portuguesa da altura que, infelizmente, ainda hoje ocorre com alguma frequência.
Uma gravidez, um mar de “culpas”, uma mulher solitária, um novo ser e muito
sofrimento. A aldeia, refém de hábitos ancestrais, nunca aceitaria aquela
gravidez fora do casamento. De acordo com esses hábitos, o senhor Armindo
sairia ilibado. Madalena, essa, seria marcada e responsabilizada. Deste modo,
hábitos, cultura ancestral, transformam uma situação, com tudo para ser de
felicidade, num drama humano lamentável. Madalena tinha apenas duas opções: ou
a fuga ou a vergonha e a marginalização. Apesar do seu estado, optou pela fuga para
a casa da sua amiga Ludovina, a quem pediria ajuda e com quem partilharia o seu
segredo. Afinal as culpas, a marginalização, os castigos que adivinhava, simplificaram
bastante a sua decisão. Perante a descrição magistral do autor, apercebemo-nos
das inúmeras dificuldades que Madalena teve de ultrapassar ao mesmo tempo que o
cansaço, a sede, a febre e a dor apressavam uma cedência cada vez mais próxima.
Uma luta solitária e desigual entre duas realidades distintas:
Ø Por um lado, Madalena caminhando por montes e vales,
com as forças a esvair-se.
Ø Por outro lado, o tempo cada vez mais escasso, Ordonho
cada vez mais “distante”, o dia cada vez mais curto, a noite cada vez mais
próxima, a sede cada vez maior, a natureza cada vez menos amiga.
A forma como Torga descreve a relação proibida, o tempo que lhe seguiu, os
sinais ao longo do parto (desde as dores iniciais até à tragédia e à
tranquilidade final) são plenas de pormenor, de realismo e de beleza. Ao ler, sentimos
que estamos para lá do Marão, a caminho de Ordonho, tal o pormenor e a
fidelidade da descrição.
No conto, bichos e humanos confundem-se na linguagem e nos
comportamentos. No final, quando o feto, já sem vida, havia abandonado o corpo
materno, quando a razão primeira da fuga já não existia, Madalena regressou a
Roalde. No regresso, não procurou o calor humano de amigos, de vizinhos ou mesmo
o apoio do senhor Armindo. Antes a sobrevivência, ao matar a sede que a
sufocava “na fonte fresca de Tenaria”…
b Vertente
cultural, social e histórica
As cenas de violência de género, e da supremacia do homem sobre a mulher,
desde a antiguidade até aos nossos dias, constituem um facto que ninguém pode
ignorar. Este conto de Torga evidencia essa realidade e mostra as suas tristes
consequências.
Apesar de assistirmos a conquistas importantes na nossa sociedade,
nomeadamente nas últimas décadas, a verdade é que a violência sobre as mulheres
é uma realidade que nos deve envergonhar a todos.
Hábitos e culturas ancestrais colocaram, na maioria das sociedades, o
homem detentor de um poder superior ao da companheira. À mulher, apenas era
reconhecido o poder da reprodução. Desta forma, a mulher ficou impedida de agir
livremente sendo que o homem, detentor do poder, passou a ser dominador e a
gerar, aqui ou ali, quadros de violência inaceitáveis. No nosso país, até há
bem pouco tempo, este estatuto de supremacia masculina, estava mesmo plasmado
na lei, através da figura de “cabeça de casal” ou mesmo da proibição do voto. Veja-se
que no conto sobre o qual estamos a reflectir, a aldeia dificilmente ousaria
acusar o senhor Armindo. Ao invés, faria a vida negra a Madalena, razão da sua
partida em segredo para Ordonho.
Impõe-se assim a necessidade de alterar esse poder e revertê-lo de modo a
que prevaleça a dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, a luta de grande
parte das mulheres, com o objetivo de minimizar as desigualdades existentes, tem
vindo a acentuar-se ultimamente.
Poder-se-á argumentar que hoje a juventude feminina terá atitudes que
ultrapassam o razoável e escandalizam os mais conservadores. Porém, registamos,
ao mesmo tempo, que as raparigas são, de longe, mais aplicadas na escola e nas
universidades, relativamente aos rapazes. Este “caldo” de intervenção pode
muito bem sugerir uma alavancagem positiva no equilíbrio desejado. É altura de
todos, homens e mulheres, darem as mãos para que esse desiderato seja atingido
em tempo útil.
Ainda assim antevejo muitas dificuldades. Basta lembrar-nos de que Cristo,
há mais de 2000 anos, mostrou o caminho quando defendeu Maria, também ela, Madalena.
Hoje, passado todo esse tempo, os seus próprios representantes no Vaticano mostram
grandes dificuldades em seguir o caminho apontado pelo Mestre. Afinal a
hierarquia da igreja, ainda hoje, não admite mulheres. Espanta-me como elas, as
mulheres católicas, aceitam tal discriminação. Por certo que são os hábitos e a
cultura a funcionar. Hábitos e cultura diga-se, sempre definida pelos homens,
em conclaves onde as mulheres não tinham assento.
c Nota final
Pode-se questionar o porquê de um homem ser o autor deste escrito. Na
resposta a esta pergunta, poderia dizer, por exemplo, que tenho três filhas e
sei bem que elas não são inferiores, em nada, em todas as vertentes possíveis,
aos homens. Porém, existe outra razão mais substantiva. Se tivermos em conta os
graves e difíceis problemas que assolam o Mundo, contatamos que é urgente
convocar os melhores, de entre todos, homens e mulheres de todos os quadrantes,
para ajudar à sua resolução e esquecer ideias obsoletas que já não têm
cabimento nos nossos dias.
Fernando Amaral
“PECADOS QUE A SERRA OCULTA”
O sol ainda mal acordara, quando a
primeira dor anunciou que era
chegada a hora. Madalena começou a
subir a serra. Pelo caminho,
penhascos equilibrados uns sobre os
outros pareciam sentinelas,
vigiando os seus tormentosos passos. O
calor apertava, o sol
faiscava sobre as pedras desalinhadas
do carreiro, tornando mais
doloroso ainda o caminhar. E nem uma
gota de água brotava daquelas
rochas escaldantes. Apertavam as dores,
a sede e a consciência.
Lembrava a cada passo, a cada dor,
aquele momento de fraqueza, de
entrega, que resultou em tantos meses
de lágrimas, de artimanhas para
ocultar o seu estado. Por várias vezes
rejeitou as falinhas mansas
daquele a quem entregara o melhor de
si. Não, não voltaria a cair no
mesmo erro. Ai! As
dores que cada que cada vez eram maiores!...
E dentro de si um pequeno ser tentava
rasgar caminho, exigindo cada
vez mais espaço! Como uma animal ferido,
sob o sol que já declinava
e o silêncio da Serra Negra, veio ao
mundo o ser inocente, fruto da sua
leviandade. A seus pés, Madalena tinha
agora um ensanguentado
embrulhinho sem vida, o alivio das suas dores e das suas lágrimas.
Não precisava de esconder mais nada.
Anoitecia. Em gestos quase
automáticos, enterrou ali sob as silenciosas
pedras o segredo do
seu pecado.
Elita Guerreiro 14/1/2018
Resumo do Conto
“Madalena” de Miguel Torga
A montanha é um lugar especial na obra de Miguel Torga.
Ou não fosse ele próprio natural de Trás-os-Montes, onde se deve ter embebido
do ambiente particular que ali se respira.
Neste conto, em particular, em
que ele escolheu como teatro da história os penedos escaldantes da montanha
transmontana, a descrição que dela faz tem a peculiaridade de nos fazer
visualizar sem dificuldade todos os pormenores da narração.
Quando fala dos enormes
penhascos que parecem querer devorar a paisagem e devorar-nos junto com ela,
sentimos essa opressão como se estivéssemos in-loco…
Quando fala da beleza,
agreste, sim, mas tão envolvente, apetece ir a correr para lá, subir as
encostas escarpadas e escorregadias, afastar pedregulhos e, encostando-nos a um
penedo escaldante, descansar e ouvir apenas o grande silêncio do abismo.
A descrição, pois, desta
natureza, é a parte essencial deste conto.
O calor, a falta de água, a
subida ingreme, tudo o que faz que sintamos na pele o sofrimento da heroína,
está ali descrito com uma riqueza de detalhe que nos toma os sentidos e nos faz
sofrer com ela e desejar que chegue o desfecho…
Ou desejar não ter lido este
conto !
Que Madalena não desejasse ter
um filho é óbvio. Fruto de uma tarde de festa, 11 de Novembro, magusto e “tutti
quanti”, violada na palha de um celeiro perdido, perdera-se também ao ceder à
tentação.
É a vida… Acontece. E a
experiência de Madalena não é diferente de tantas outras que viveram experiências
semelhantes, consentidas ou não, sofrendo muitas vezes as
mesmas consequências.
Mas que venhamos a saber que,
ao fim dos nove meses de gestação, Madalena foge para a montanha para dar à luz
um feto morto e ali o deixar pouco e mal enterrado, é uma leitura de uma tão trágica
violência que faz questionar :
porque é que Torga nos conta
esta história ? O que lhe serviu de exemplo ? Quem lhe contou a dor pungente do
parto desta mulher ?
M.F.
15.1.18
Madalena
No
conto de Miguel Torga, «Madalena» sentiu-se rejeitada até pela própria natureza
que, sendo também feminina, não se compadeceu das suas dores, tal como o homem
a usou numa cama indigna de um ser humano, num momento de fragilidade e crença
no amor que, quase sempre, é suposto ser eterno… a noite de São Martinho, a
jeropiga, as falas mansas e o preço elevado do custo das castanhas… Poderia ter
vestido a capa do santo, mas não!... Despiu a capa do seu corpo e da sua alma. Conseguido
o seu intento, o homem tinha mais em que pensar: «as sortes», tudo o resto e prisão
não é coisa de homem… Arrependida e digna, ocultou dos olhos de todos a vida
que em si palpitava, num silêncio calado, partilhado com Deus e com o filho.
Enfaixou o corpo, onde a mudança inevitável não poderia conter-se. Juntas à dor
da alma, findos os nove meses, juntaram-se as dores só conhecidas pelas
mulheres. As urzes que fariam um gracioso ramo de noiva, «esturradas», orlavam
o caminho. O seu olhar ia para além dos penedos, numa súplica muda por lugar
menos inóspito que a paisagem, onde o seu corpo contraído pudesse apoiar-se.
Continuou desfiando o rosário de lágrimas que, nas mãos do filho, poderiam
transformar-se em bolas de sabão.
O
sol de agosto ressequido como só ele, apelava-lhe que continuasse a caminhar em
direção à «fonte de Tenaria». Foi ali que um momento da sua fragilidade nasceu
e pereceu. A própria natureza atirou a «Madalena» as pedras que alguém poderia
ter atirado. A morte do filho foi a sua redenção. Se por ali passasse Cristo,
talvez lhe humedecesse os lábios e a alma e tivesse murmurado:
-
«Quem foi que não pecou, ó Madalena»?
Adalberta de Jesus
MIGUEL TORGA “OS BICHOS”
CONTO N’. 3 «« MADALENA »»
Miguel
Torga, neste conto, leva o Homem a reflectir, exigindo que o seu comportamento,
em todas as acções que pratica, seja o de um ser humano e não o de um animal.
Para isso, não se deve deixar influenciar pela sociedade que o rodeia, mas sim agir
conforme a sua consciência ditar e assumir os seus actos com responsabilidade e
dignidade, como é desejável.
A
sociedade julga os outros com muita facilidade. Nos anos 40 do século passado,
era impensável aceitar-se uma mulher grávida, que não fosse casada, o que
causava, desde logo, a sua exclusão dessa mesma sociedade.
Apesar
do conto ter sido escrito em 1940, infelizmente, a sua mensagem continua actual,
porque a sociedade tem dificuldade em perceber as escolhas que cada pessoa faz para
a sua própria vida.
Mas,
por outro lado, hoje em dia, por vezes, temos medo de assumir as consequências
dos nossos comportamentos e preferimos ignorar a realidade cuja causa é a
influência que a sociedade exerce em cada um de nós. No conto, existem
situações em que os seres humanos se assemelham aos animais, vejamos:
Quando
Madalena tem, inesperadamente, o relacionamento sexual com Armindo, o acto em
si não teve o valor que merecia, uma vez que não existiu uma chama de amor ou
carinho e respeito pelo seu corpo; por isso, o que aconteceu foi simplesmente uma
forma premeditada por parte de Armindo em “ter” o seu corpo, como se de um troféu
se tratasse, ou melhor, foi como se fosse “um acasalamento entre animais.”
Quando
Madalena deu conta do sucedido, viu que não existia um interesse para o futuro:
casar e ter uma família. Desesperada por tal situação, arrepende-se e lança um
grito de revolta:
“Cães no rasto é que não quero.”
(pag.40)
“Servir-lhe apenas de estrumeira
consentir que se utilizasse dela como de uma reca, não.” (pag.41)”
Então
Madalena toma, antecipadamente, a decisão de “auto excluir-se,” antes que a
Aldeia em peso o fizesse. Isolou-se durante o tempo da gravidez, evitando-a de
todas as maneiras que pôde, para não chamar a atenção.
Esta
atitude de Madalena revela que muitas vezes somos levados a tomar decisões de
acordo com o que a sociedade pensa de nós, e não com o sentido com que tem de
ser feito. Estas atitudes estão “à vista” neste conto e dão que pensar.
Um
dia de manhã cedo, quando a Aldeia ainda parecia adormecida, Madalena partiu.
Andou tanto, que chegou perto das altas fragas das serras. Nesta altura, já o sol
se fazia sentir quente e impiedoso. A sede começava a secar-lhe a boca e o seu interior
parecia uma fogueira, sem possibilidade de ser apagada.
Estava
tão esgotada, que pingava dos cabelos aos pés… a caminhada nunca mais tinha
fim. A sua cruz era pesada demais para ela aguentar o seu calvário.
Entretanto,
as dores começaram aos poucos e, de repente, agudizaram-se com tal força, que
não sabia o que fazer. Estava só, com o silêncio e a solidão das serranias…
A Hora Chegou!
Madalena
conseguiu deixar cair a cruz, que carregava. O calvário terminara ali.
“Abriu de todo os olhos turvos. Entre as
pernas, numa poça de sangue, estava caído e morto o filho. Carne sem vida,
vermelha e suja.”
O
segredo dela e de Deus.
- Porque
é que o autor deu o nome de Madalena a esta mulher?
- Será
que Torga a quis comparar a Maria Madalena, a mulher pecadora, a quem no Novo
testamento Jesus concedeu o perdão de todos os seus pecados?
-
Ou será também, que, indirectamente, Torga nos pede a nós ,leitores e à
sociedade no geral, que desculpemos este acto leviano da sua Madalena?
AFINAL…
QUEM SOMOS NÓS PARA JULGAR OU CASTIGAR ALGUÉM?
QUEM
NUNCA COMETEU UM PECADO, QUE ATIRE A 1ª. PEDRA.
Obra: OS BICHOS
Autor: Miguel
Torga
7ª. Edição
Revista (1970)
Editora: Coimbra
Azeitão,
25-01-2018
Carmo Bairrada
Conto Madalena
Conto Madalena
O autor brinda-nos com mais um excelente texto, do ponto de vista literário. É excelente e riquíssimo no conteúdo e na forma como nos apresenta este conto.
Fazendo uma leitura atenta do texto, constatamos que em poucos parágrafos, há muita matéria relevante do ponto de vista social, sentimental e emocional e outras tantas interrogações que nos ficam suspensas na mente.
Aqui, Miguel Torga, bem ao seu jeito, faz-nos uma descrição dos povoados e da montanha, numa associação de relações entre a natureza e os seres que nela habitam.
Queimava o sol, porque era em pleno pico do verão. Havia fartura de água em Roalde, até dava para fazer a rega ao talhadoiro, contrastando com a falta dela na serra negra, onde tudo sofria de sede.
Queimava o sol de Agosto, no corpo daquela mulher que em má hora se deixara possuir pela tentação do corpo, que agora arrastava a custo, pelo carreiro da serra inóspita.
Chegara a hora marcada no tempo, que deveria ser de honra e dignidade, a mais solene de todas as horas. Porém, Madalena, uma triste mulher, triste, vergada à vil condição de abandono, a caminho de Ordonho, ia viver a hora de tantas horas sofridas, a hora mais amarga da sua vida, num silêncio de sepultura, na cumplicidade daquelas rochas e dum chão escaldante, que lhe queimava a própria alma na dignidade, pela ingratidão de se sentir mulher.
Profundamente só, ferida no corpo e na alma, ali como um animal acossado, sepultou muito de si: o fruto dum amor roubado, o seu segredo, a sua felicidade e a sua honra. Tudo isto pelo facto de ser mulher e viver numa sociedade onde reinava a vergonha, intolerância, desigualdade e injustiça.
Miguel Torga quis expressar nesta mensagem a sua indignação, pela discriminação e exploração de um ser humano pelo outro. Construiu um retrato fiel do chamado sexo fraco, na sujeição a comportamentos animalescos, neste conceito de viver em sociedade. Pôs a nu a arrogância de uns, machismo, em contraste com a fragilidade e humildade de outros, mulheres…
Fernando Sousa
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