SEARA DE SAUDADE
Já não cantam cotovias
Entre o trigo maduro,
São menos alegres os dias
O céu parece mais escuro!
Quando o trigo ondulava
Sob o sol escaldante,
Iam cantando as cigarras
No seu coro exuberante!
As foices nas mãos calejadas
Brilhavam, qual diamante,
Os corpos inclinados
Pareciam por um instante
Telas de cores pintadas!
Já não há quem ceife o pão…
Nem homens, nem moçoilas,
As terras ainda lá estão
São tapetes de papoilas!
Elita
Guerreiro 20/10/2019
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