quarta-feira, 2 de março de 2022

Poema inédito, por Elita Guerreiro

  SEARA DE SAUDADE

 Já não cantam cotovias

 Entre o trigo maduro,

 São menos alegres os dias

 O céu parece mais escuro!

 Quando o trigo ondulava

 Sob o sol escaldante,

 Iam cantando as cigarras

 No seu coro exuberante!

 As foices nas mãos calejadas

 Brilhavam, qual diamante,

 Os corpos inclinados

 Sobre as espigas douradas,

 Pareciam por um instante

 Telas de cores pintadas!

 Já não há quem ceife o pão…

 Nem homens, nem moçoilas,

 As terras ainda lá estão

 São tapetes de papoilas!

 

Elita Guerreiro 20/10/2019

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