quarta-feira, 23 de março de 2022

Inédito, por Adalberta Marques

 


PRIMAVERA

Vá-se lá saber porquê

A bendita Primavera

Tem para além do que se vê

Singeleza e quimera

 

Pega na sua bagagem

Sempre leve e perfumada

Traz uma sedosa aragem

Cheirando a terra lavada

 

E do seu toucado em flor

Onde canta a cotovia

Eclode um eco de amor

De fé amor e magia

 

Canta o melro no loureiro

Mal a manhã se levanta

Cantando o dia inteiro

Dá voz à nossa garganta

 

Porque cantas tu assim

Pássaro no meu jardim?

Quero-te a cantar para todos

Não apenas para mim

Na bendita Primavera

 

 Adalberta Marques

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