RESUMO DO 6º. CAPÍTULO – 2ª. PARTE
ROMANCE DA
RAPOSA
Mal sabia Salta-Pocinhas que os trapos que roubara viessem a ser o disfarce perfeito, que lhe abriria novos caminhos para as suas velhacarias. Vestia o disfarce: todas as noites sobre os bosques pairava o terror, desde que aparecera esse Monstro vestido à maneira das velhas da aldeia.
O ardil tinha um fim: ficar com a caça fresca que os ratoneiros apanhavam para seu sustento. Eles fugiam, a caça ficava para trás. O Monstro enchia a barriga com enorme prazer e satisfação.
Os bichos, fracos e com fome, reuniram-se pedindo ajuda, para que desaparecesse o dito Monstro. Na assembleia, o Lobo Brutamontes, pediu silêncio, para dar a palavra à Comadre Salta-Pocinhas.
No seu discurso, disse que iria tentar que o flagelo acabasse, desde que os bichos assinassem um pacto para ela ter direito ao sustento e sobrevivência, pois já era velha e doente: da caça que pilhassem, dar-lhe-iam metade e quem não caçasse, era multado.
A discussão foi longa e agitada mas, finalmente, aceitaram o pacto.
A Comadre Salta-Pocinhas pediu para estarem atentos a um regougar que
faria, caso fosse bem sucedida, e nessa altura poderiam ir ter com ela, junto à
ribeira.
Chegou a casa, pegou num saco onde tinha o que era preciso e correu até
ao primeiro palheiro: fez um grande boneco de palha, vestindo-lhe as roupas velhas
do seu disfarce.
Quando regougou, apareceram todos e viram um corpo de costas viradas para cima ser arrastado pela água da ribeira. O Monstro desaparecia para sempre. Felizes e contentes, levaram em ombros a Comadre Raposa.
De novo abriu a escola para dar lições aos raposinhos: contava-lhes as suas próprias histórias de vida que eles adoravam ouvir. Foi dessa forma que Salta-Pocinhas lhes ensinou como deviam viver, a partir da altura em que saíssem de casa dos pais, para se fazerem à vida. A Comadre ainda viveu uns bons anos, sentindo-se amada, respeitada e feliz.
Azeitão, 21-05-2022
Carmo Bairrada
Resumo
do capítulo VI, 2.a parte
O FIM DO MOSTRENGO, O PRINCÍPIO DA
REFORMA
Naquele
dia, reuniu-se a assembleia, onde iria ser discutido o fenómeno daquele ser
estranho que assolava os bosques, roubando aos animais o que caçavam. Grassava
a fome por aquelas bandas. Presidia à assembleia o lobo Brutamontes. Presente a
Salta-Pocinhas, oradora brilhante, escutada com muita atenção, por todos os
animais. Por a terem desprezado, estavam a ser castigados. O mostrengo seria a
expiação dos pecados de todos, por deixarem morrer à fome uma velhota como ela.
Estava em causa a reforma, o sossego, para o resto dos seus dias, descanso e
fartura de comer sem preocupações. Estava bem nutrida, porque ao abrigo do
disfarce que arranjou, não deixou de roubar o que os outros caçavam. Mas a
velhice começava a dar sinal e não queria morrer de fome. Destinou então a Salta-Pocinhas,
como seria no futuro. Qual a tença que cada um pagaria, se ela fizesse
desaparecer a aberração para sempre. Ficou acordado que a sustentariam, até ao
final dos seus dias. Era noite. Já todos os animais se haviam recolhido. A
raposa fez um boneco de palha, vestiu-lhe os farrapos que usara para
aterrorizar os outros animais e atirou-o ao rio. Gritou a raposa para que
acordassem. Reunidos, viram desaparecer o mostrengo que tanto os aterrorizara.
Reformada, bem alimentada, viveu a Salta-Pocinhas mais alguns confortáveis
anos.
Elita Guerreiro
SALTA POCINHAS: A REFORMA
- Comprometo-me a acabar com o mostrengo,
para sempre, se me prometerem assegurar os meus últimos dias, que de certo não
serão muitos, mas preciso duma garantia! É assim: cada um de vós divide comigo
as suas caçadas; de contrário, o bicho papão vai continuar a assombrar-vos para
castigo dos vossos pecados! Ficou assente que assim se faria. Pondo à prova a
esperteza e a imaginação, pôs em prática o plano de destruição do engenhoso
disfarce. Afogaria no ribeiro aquela
trouxa de trapos, dos quais fez um boneco , parecido com o mostrengo. Então, de
barriga cheia e vida regalada, a preguiçosa podia esperar o fim dos seus dias,
que desejava longos e felizes. Os animais começaram a achar que ela,
matreirona, estava por demais acomodada à nova situação. Preguiça demais! E ela
mais uma vez mudou de táctica: de vez em quando ia espreitar uma galinha
descuidada ou um coelhito preguiçoso, que se descuidava ao sol quentinho e
deitava-lhe a gânfia.
Mas foi repousante - ao que parece - e
feliz, o final daquela preguiçosa , descarada, mentirosa, mas grande atriz.
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