“REI
NU DUM POVO FELIZ”
Para
lá da serra coroada de nuvens brancas e leves como algodão,
num vale atapetado de lindas flores e frondosas árvores,
erguia-se o castelo do rei distraído, assim chamado pelo
seu povo, que o amava mas lhe reconhecia
os deslizes de
comportamento. Esquecia tudo!
Era preciso chamar-lhe a atenção para a coroa posta ao contrário,para os sapatos um de cada cor, “um desastre”!... Tinha um coração de ouro, diziam os súbditos… Passeava pela cidade, confraternizava com o povo…
Era preciso chamar-lhe a atenção para a coroa posta ao contrário,para os sapatos um de cada cor, “um desastre”!... Tinha um coração de ouro, diziam os súbditos… Passeava pela cidade, confraternizava com o povo…
Mas
a paixão pelas crianças que, como dizia, viam o mundo com ingenuidade e
inocência, levavam – no a quebrar o protocolo muitas
vezes… Um dia o monarca saiu à rua e fazendo jus ao seu
cognome de Distraído, apenas levava vestida a roupa interior. Toda a gente viu.
Mas respeitosamente calou…
Toda menos um garoto que brincava no passeio. Ao vê-lo gritou:
- O
Rei vai nu, o Rei vai nu!...
As crianças, apesar de toda a sua inocência, aparentam
por vezes uma tremenda crueldade!
O
Rei chocado com a sua própria distracção, regressou ao castelo
de onde
não voltou a sair. O povo sentia muito a sua falta e começou a visitá-lo no
castelo, onde o Rei os recebia
carinhosamente. A criança nunca faltou a estas visitas. Com esta
atitude e com o amor pelo seu Rei, fez compreender aos adultos
que por muito cruel que pareça a verdade, ela se deve sempre dizer...
Agora sim... Rei e
povo eram felizes em paz e em verdade
Elita Guerreiro* 23/11/2014
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