“PRINCESA
ENCANTADA”
Aquela
fada madrinha
Convidada
pelo Rei,
Madrinha
da Princesinha
Era
uma vez, dizia a história,
A
Princesa Adormecida,
A
mim vem-me à memória
A
história da minha vida…
Minha
Mãe fiava o linho
Ou
tecia no tear,
Enquanto
no meu cantinho
Eu
preferia sonhar!
Nunca
me piquei na roca
Nem
bruxas me apoquentaram,
E
tudo o que tive em troca
Os
trabalhos me ensinaram…
Fui
a Princesa feliz?
Tive
o meu “Príncipe Encantado”?
Tive talvez o que quis,
O
meu destino, o meu fado…
HÁ
SEMPRE UM CANTO
Em cada canto
Há um recanto
E no recanto
Um encanto.
O meu canto
É no jardim um recanto
Todo ele cheio de encanto
Quando canto
No meu recanto
Chega-me aos olhos o
pranto
Do encanto
Deste canto.
Acolhedor recanto
Onde sempre me reencanto
nas flores de que gosto
tanto
Peço que não leveis daqui
o meu canto
Onde me revejo tanto.
Que triste seria eu sem o
meu belo recanto!...
Azeitão 09-11-2014
Carmo Bairrada
A CAMÉLIA
Passei, olhei e voltei atrás,
No chão caída, estava uma camélia.
Coitada da Camélia!
Deitada,
Gelada,
Desabrigada.
Triste …
Parecia ser o seu fim,
Que se aproximava.
Coitada da Camélia!
Deitada.
Gelada.
Desabrigada.
Parecia estar ali há algum tempo,
E percebi que lhe restava
Um pingo de vida.
Talvez conseguisse sobreviver
Àquele anoitecer frio de Inverno
E à madrugada, que se esperava
Com muita geada.
Coitada da Camélia!
Deitada,
Gelada,
Desabrigada.
Apanhei-a com muito jeitinho
E levei-a para casa,
Limpei-a com muito cuidado
E coloquei o seu pé em água,
Água tratada…
Sim, tratada com o alimento
próprio
De que necessitava.
No dia seguinte de manhãzinha
Lá estava ela cheia de ânimo,
A gozar o sol do meio-dia,
Que entrava já pela janela.
Parecia que me sorria…
Talvez a agradecer-me
O carinho, que lhe dispensara.
Linda Camélia!
Rejuvenesceu,
Cresceu
Fazia inveja a outras flores…
Carmo Bairrada
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