sábado, 1 de março de 2014

ITINERANDO V: Almada Negreiros e Sebastião da Gama, por Elita Guerreiro

ALMADA NEGREIROS DÁ A CONHECER
 SEBASTIÃO DA GAMA 


Não necessito fazer um grande esforço de memória para recordar a figura imponente do Mestre Almada Negreiros, quando nas tardes de sábado entrava na sala do Ateneu Comercial de Lisboa. impacientemente esperado por quem como eu ansiava ouvi-lo, quase todos estudantes de diversas áreas e eu, pequena na minha pouca sabedoria, alheada de tudo, olhos fixos naquelas mãos grandes, expressivas e os ouvidos atentos a cada frase, a cada palavra, proferida pelo Mestre... Falava-nos naquela tarde dos Poetas teimosamente ignorados, por vários motivos. Com aqueles gestos largos, que pareciam alcançar todas as áreas de conhecimento e fitando a assistência suspensa das suas palavras, disse (e cito de memória): 

- Lisboa não é a concha onde se aninham Poetas de inspirado talento… Falo dos Poetas de Além -Tejo em cujo peito e coração, está instalado o amor pela terra que os viu nascer e os sustenta.

Não era dos Poetas populares, que Almada nos queria falar, como a princípio nos pareceu, embora fizesse questão de frisar o grande respeito que lhe mereciam. O que o Mestre nos quis dar a conhecer foi o nome do grande Poeta Sebastião da Gama: Professor, Humanista e, segundo ele, um dos maiores Poetas nossos contemporâneos. Ninguém como ele amou tanto a terra que o viu nascer e a Serra onde se insere e onde prematuramente acabou os seus dias, quando ainda tanto se esperava do seu talento… No seu livro” Serra - Mãe”, põe Sebastião da Gama todo o amor pela sua Arrábida. 
Pela primeira vez, ouvi falar deste Poeta a quem presto a minha humilde mas sincera homenagem e a quem agradeço os momentos de grande emoção que experimento em cada leitura de cada poema que escreveu.
                                  
Elita Guerreiro, 21.01.2014

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