Trazes
sol envergonhado
Vieste
em Fevereiro
Mais
cedo, mas não molhado.
Está
frio de rachar
Vão
sambando raparigas
A
folia está no ar
Corre
o frio p’las barrigas.
Ó
Carnaval folião
Não
tenhas medo de nada
Pareces
um alazão
Correndo
com a manada.
No
teu ritmo acelerado
Levas
as gentes bailando
Sem
saberem p’ra que lado.
Nestes
dias tu és Rei
As
honras são todas tuas
Goza
bem que não há lei
Podem
dançar p’las ruas.
Saltam
muito os foliões
Deitando
serpentinas
Passam
carros sem travões
Só
p’ra verem as meninas
Que
aos bum- buns vão rodando
Já
não há pudor nenhum
Todas
elas vão cantando
“Toma
lá qu'é p’ró jejum”.
Bamboleiam
sem parar
Correm
tudo lés-a-lés
Quando
a festa acabar
Estão
à rasca dos pés.
Andam
velhos, andam novos
Bailando
para aquecer
Atiram-lhe
tantos ovos
Nunca
mais irão esquecer.
Alegria
tão estarola
Não
existe outra no mundo
Traz de lá a cervejola
P’ra
eu dançar mais a fundo.
Tudo
aqui é permitido
Até
no baile apertar
Venha
nú, venha vestido
Todos
levam que contar.
A máscara já caiu
Acabou-se
o rebolar
O
Carnaval já partiu
Para
o ano há-de voltar
Azeitão,
04-02-2016
“CARNAVAL”
Fala a Máscara
Feminina:
Ó Máscara!
Olá,
quem és tu?
Tens
um fato igual ao meu,
Podemos
fazer um par.
Ó Máscara!
Volta-te
para mim,
Deixa-me
ver os teus olhos…
Parecem-me
serenos,
Como
o ribeiro, que corre
Debaixo
da ponte.
Ó Máscara!
Vamos
até lá ver os foliões,
A
passear no jardim
Felizes
e contentes.
Ó Máscara!
De
repente, pareces triste…
Não
gostas da minha companhia?
Sinto
que algo se passa,
Não
consigo perceber o quê.
Ó Máscara!
Olha
o sol que já nasceu,
Brilha
e aquece a alma
Dos
foliões e aquece a tua também.
Ó Máscara!
Hoje
é o dia principal.
Os
Corsos desfilam,
Qual
deles o mais bonito….
Batalhas
de flores, confettis,
Serpentinas,
papelinhos,
Lançados
sabe-se lá de onde…
O
público espera ansioso
Nas
ruas por esta ocasião,
Para
também participar.
Ó Máscara!
Os
Trapalhões são tão engraçados
Metem-se
com toda a gente e
Alguns
chegam a ser atrevidos.
É
Carnaval, ninguém leva a mal.
Ó Máscara!
Disfarças-te
só para observar
O
que te rodeia?
Tu
que conheces estas ruas e ruelas,
Procuras
alguém?
Se
estás só, de onde vieste?
Tens
uma voz bonita e calma,
Quantos
anos tens?
Gostava
tanto de ver o teu rosto…
Peço
desculpa, mas não vou
Mostrar-te
o meu rosto.
Também
gostaria de ver o teu,
Tens
uma voz de menina, mas já não és.
Sabes
tão bem como eu,
Que
nos idos anos 40/50
Do
Séc. passado, o Carnaval era tal e
Qual
o que me vinhas a contar,
Desde
que me encontraste.
E
hoje?
Pensa
um pouco!
Achas
que este Carnaval de agora
Tem
as nossas raízes e as nossas tradições,
Como
aquelas em que tu e eu tanto brincámos?
Pois
é… minha amiga.
A
moda, agora, é vir tudo de fora.
Por
isso mesmo, ando vagueando por aí,
Mudo
e quedo, que nem um penedo.
É
quase noite! Nem dei pelo tempo passar,
Tenho
que regressar à Terra do Nunca…
Ó Máscara!
Realmente!
Tens razão! Como tudo muda.
O
Mundo gira, gira sem darmos por isso.
Olha!
Aproveito a boleia e vou contigo,
Porque
o meu caminho é o teu.
Gostei
imenso de te conhecer.
Pode
ser, que nos encontremos
Noutros
Carnavais.
Quem
sabe?
Azeitão
13-02-2018
Carmo
Bairrada
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