segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

"À Memória de Sophia", por Elita Guerreiro


“ À MEMÓRIA DE SOFIA”
            
“Aconteceu-me um poema”, escreveu Fernando Pessoa. Eu diria: a mim, aconteceu-me Sofia. Sofia foi ela própria o “Poema,” a mulher feita de poesia! Há nela, nos seus escritos, “ som do mar “que a viu crescer e que influenciou a sua escrita ao longo da vida! “A minha vida é o mar, o Abril, a rua.” Como um pássaro que voa no céu sereno, Sofia de Mello Breyner
fez voar a sua inspiração do conto ao ensaio e à poesia que a notabilizou e por que é mais conhecida! Ninguém leva consigo, ao partir, tamanho legado de cultura! E sofia sabia isso! Sabia que ficaria para futuras gerações, esta herança, estas memórias escritas, da mulher, da Mãe, da pessoa política, preocupada com o sofrimento do povo injustiçado. E por isso escreveu: “Mesmo que eu morra, o poema encontrará uma praia onde quebrar as suas ondas!”
Estas ondas, que em cada um de nós se quebram numa praia muito nossa, Sofia soube com a magia das suas palavras, interpretá-las tão realisticamente, ao fazer-nos sentir que nada é para sempre, que acabamos por perceber que no vai e vem das nossas “ondas”, algo de cada um de nós fica gravado por onde passamos! Sofia será recordada pela genialidade do seu talento de escritora nossa contemporânea!

Elita Guerreiro *1/12 /2016

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