sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

"En Lixboa sobre lo mar" / "Barcas Novas"



En Lixboa, sobre lo mar
barcas novas mandei lavrar,
     ai mia senhor velida!

En Lixboa, sobre lo ler,
barcas novas mandei fazer,
     ai mia senhor velida!

Barcas novas mandei lavrar
e no mar as mandei deitar,
     ai mia senhor velida!

Barcas novas mandei fazer
e no mar as mandei meter,
     ai mia senhor velida!
Joan Zorro

BARCAS NOVAS

Lisboa tem suas barcas
agora lavradas de armas

Lisboa tem barcas novas
agora lavradas de homens

Barcas novas levam guerra
as armas não lavram terra

São de guerra as barcas novas
no mar deitadas com homens

Barcas novas são mandadas
sobre o mar com suas armas

Não lavram terra com elas
os homens com sua guerra

Nelas mandaram meter
os homens com sua guerra

Ao mar mandaram as barcas
novas lavradas de armas

Em Lisboa sobre o mar
armas novas são mandadas

Fiama Hasse Pais Brandão, in Barcas Novas, 1967

LISBOA SOBRE O TEU MAR

Lisboa Terra de barcas
Qua nas almas deixaram marcas

Com as suas barcas novas
Lisboa não lavrou trovas

Se novas barcas fossem arado
Quanto pão seria lavrado

Oh! Barcas por estrear
Não percais homens no mar!

Deixem as armas em terra!
Quem vos enviou promove a guerra…

Nem uma semente germinou
Com a guerra dos homens que lavrou


Lisboa sobre o teu mar
Armas novas, armas velhas, não deixes homens levar!

Ainda hoje lavram nas mentes
Nesses homens dessas barcas
Que da paz não viram semente
Em quem a guerra deixou marcas

E eu de ver-te vestida
No meio da multidão
No meio de todos perdidos
De lenço branco na mão…

Adalberta Marques

“PARTEM BARCAS LEVAM SONHOS”

O sonho de navegar
Não é de hoje é de sempre,
No desejo de encontrar
Novas terras, nova gente!

Assim partem de Lisboa
Barca novas para o mar,
Não vão navegar à toa
Levam armas de guerrear!

Os arados ficam em terra
Ficam filhos por criar,
Partem os homens para a guerra
Resta às mulheres chorar!

As vidas que por lá se perdem
São demais para pagar,
As bandeiras que se erguem
Nas barcas ao regressar!

Quem mandou que lavrassem
Barcas novas sobre o mar,
Não pensou que provocassem
Tanta dor, tanto pesar!

Elita Guerreiro*12/1/2016

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