quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O Corvo e o Pombo"























O Corvo e o Pombo

Não era  noite
Mas ele estava lá
O Corvo…
Empoleirado numa vara
A observar os Pombos Brancos…
Olhou, olhou
E disse para consigo:
- Como posso eu entrar
Na casa dos Pombos Brancos?
Era preto com seus laivos azulados.
A cor da plumagem não o favorecia.
Naquele momento,
Dar-lhe-ia mais jeito ser Branco.

Pensou, pensou…
Saiu do seu poiso e voou.
Foi pintar de branco a sua plumagem.
E eis que avançou para os Pombos Brancos…
Os Pombos Brancos…

Estes assustaram-se com aquela entrada
Mas não se aperceberam de nada…
Era mais um Pombo Branco
Que acabara de chegar ao pombal.
O Corvo Preto-Branco por lá ficou
Numa bela convivência com os Pombos Brancos.
Um dia, sem querer, “crocitou”

Aí …
Os Pombos Brancos…
Espantados com o intruso
Revoltaram-se e bicaram-no todo.
Foram tantas as bicadas,
Que o Corvo Branco-preto
Saíu bem magoado daquela luta
           
E voou directo para a sua colónia
Todos os Corvos Pretos o olharam,
Estupefactos
Por verem um dos seus
Tão… Tão… Trans…
Transmutado!
Perguntaram:
- Que se passa contigo?
Estás Branco ?... És Branco?
E chegas assim, tão ferido?

Para os Corvos Pretos
Talvez fosse um mau presságio…
Assustados, correram com o Corvo Preto,
Pensando que ele se transformara
Num Pombo Branco.

MORAL DA HISTÓRIA:

TODOS IGUAIS, TODOS DIFERENTES”

   


Não é pela COR que cada um tem que se medem valores, acções ou comportamentos que possam ser praticados por qualquer SER, isso é um preconceito que, infelizmente, está ainda muito presente em todos nós.

Azeitão, 08-01-2015

Carmo Bairrada

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