quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

"As Roupas Novas do Imperador"






















“REI NU DUM POVO FELIZ”
Para lá da serra coroada de nuvens brancas e leves como algodão, num vale atapetado de lindas flores e frondosas árvores, erguia-se o castelo do rei distraído, assim chamado pelo seu povo, que o amava mas lhe reconhecia  os deslizes de comportamento. Esquecia tudo!
Era preciso chamar-lhe a atenção para a coroa posta ao contrário,para os sapatos um de cada cor, “um desastre”!... Tinha um coração de ouro, diziam os súbditos… Passeava pela cidade, confraternizava com o povo…
Mas a paixão pelas crianças que, como dizia, viam o mundo com ingenuidade e inocência, levavam – no a quebrar o protocolo muitas vezes… Um dia o monarca saiu à rua e fazendo jus ao seu cognome de Distraído, apenas levava vestida a roupa interior. Toda a gente viu. Mas respeitosamente calou…
Toda menos um garoto que brincava no passeio. Ao vê-lo gritou:
- O Rei vai nu, o Rei vai nu!...
 As crianças, apesar de toda a sua inocência, aparentam por vezes uma tremenda crueldade!
O Rei chocado com a sua própria distracção, regressou ao castelo
de onde não voltou a sair. O povo sentia muito a sua falta e começou a visitá-lo no castelo, onde  o Rei os recebia carinhosamente. A criança nunca faltou a estas visitas. Com esta atitude e com o amor pelo seu Rei, fez compreender aos adultos que por muito cruel que pareça a verdade, ela se deve sempre dizer...
Agora sim... Rei e povo eram felizes em paz e em verdade

Elita Guerreiro* 23/11/2014

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