domingo, 18 de janeiro de 2015

"A Cigarra e a Formiga"






















“ CONCÍLIO DOS ANIMAIS”

Juntaram-se os animais
Para debaterem os seus direitos
E porque deveres tinham demais
Achavam-se pouco satisfeitos.
O velho mocho presidia à assembleia:
Encavalitou os óculos no nariz,
Fez calar aquela “casa cheia”
Tal como o faria um juiz!

Cada um tinha as suas queixas.
Mas a galinha galhofeira,
Ia aproveitando algumas deixas
Nervosa, intrometida, sorrateira…
O coelho branquinho, saturado,
Corria por todo o terreiro….
Nervoso e já muito zangado,
Desatou aos saltos irritados!

O mocho começou dizendo:
Que fale a galinha azougada,
Porque segundo depreendo
É a que está mais assustada!
Acabo de saber mesmo agora
Que o meu dono me quer cozinhar,
Por isso resolvi ir-me embora
Antes que ele me venha buscar…

Ninguém manda em mim,
- Diz a barulhenta cigarra.
Não vai ser esse o meu fim,
A mim ninguém me agarra…
Falou então a pequena formiga:
São lindas as tuas cantorias,
Mas não trabalhas, amiga:
- Como vais terminar os teus dias?
Sábias palavras, minha amiga
- disse o mocho.
E deu por finda a reunião.
É um dos deveres desta vida
Angariar cada um o seu pão.
A cigarra não tem emenda
Vai continuar a cantar,
A sua voz é para nós uma prenda,
A lição dá-no-la a formiga a trabalhar!

Elita Guerreiro 07/10/2014



“ ONDE TERMINA A FÁBULA E COMEÇA A REALIDADE”

O sol ardente daquela tarde de Verão, convidava a um a sesta prolongada.
A Marianinha, a minha pequenina Bisneta, dormia aconchegada no seu carrinho debaixo do alpendre no quintal. As cigarras cantavam alegremente, mais parecia uma orquestra! As formigas, incansáveis obreiras, trabalhavam sem cessar indiferentes à música produzida pelas asas das cigarras. Uma delas transportava uma borboleta duas vezes o seu tamanho! Nesse momento a Marianinha acordou.
Olhou curiosa “ o bicho”: saltou para o chão e lá vai ela, em competição com o gato Amarelo, na esperança de apanhar a borboleta. A formiga entrou rapidamente no pequeno buraco e nem a Bebé nem o gato conseguiram o que queriam…
As cigarras continuavam a sua cantoria!
A criança ouviu talvez pela primeira vez aquele som e achou lindo! “Queria uma”...
Como explicar que a não poderia ter? Tal como a formiga, a cigarra, a borboleta, todos os animais e insectos pertencem à Natureza e são espertos …
Não se deixam apanhar pela pequena mãozinha da minha linda Bisnetinha…


Elita Guerreiro- 7/10/2014

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