quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

"A Bela Adormecida"























“PRINCESA ENCANTADA”

Aquela fada madrinha
Convidada pelo Rei,
Madrinha da Princesinha
Dum reino que nem eu sei!...
Era uma vez, dizia a história,
A Princesa Adormecida,
A mim vem-me à memória
A história da minha vida…

Minha Mãe fiava o linho
Ou tecia no tear,
Enquanto no meu cantinho
Eu preferia sonhar!

Nunca me piquei na roca
Nem bruxas me apoquentaram,
E tudo o que tive em troca
Os trabalhos me ensinaram…

Fui a Princesa feliz?
Tive o meu “Príncipe Encantado”?
Tive talvez o que quis,
O meu destino, o meu fado…

Elita Guerreiro


HÁ SEMPRE UM CANTO


Em cada canto
Há um recanto
E no recanto
Um encanto.

O meu canto
É no jardim um recanto
Todo ele cheio de encanto
Quando canto
No meu recanto
Chega-me aos olhos o pranto                                                  
Do encanto
Deste canto.

Acolhedor recanto
Onde sempre me reencanto
nas flores de que gosto tanto
Peço que não leveis daqui o meu canto
Onde me revejo tanto.
Que triste seria eu sem o meu belo recanto!...

Azeitão 09-11-2014
Carmo Bairrada


A CAMÉLIA

Passei, olhei e voltei atrás,
No chão caída, estava uma camélia.

Coitada da Camélia!
Deitada,
Gelada,
Desabrigada.

Triste
Parecia ser o seu fim,
Que se aproximava.

Coitada da Camélia!
Deitada.
Gelada.
Desabrigada.

Parecia estar ali há algum tempo,
E percebi que lhe restava
Um pingo de vida.
Talvez conseguisse sobreviver
Àquele anoitecer frio de Inverno
E à madrugada, que se esperava
Com muita geada.

Coitada da Camélia!
Deitada,
Gelada,
Desabrigada.

Apanhei-a com muito jeitinho
E levei-a para casa,
Limpei-a com muito cuidado
E coloquei o seu pé em água,
Água tratada…
Sim, tratada com o alimento próprio
De que necessitava.

No dia seguinte de manhãzinha
Lá estava ela cheia de ânimo,
A gozar o sol do meio-dia,
Que entrava já pela janela.
Parecia que me sorria…
Talvez a agradecer-me
O carinho, que lhe dispensara.

Linda Camélia!
Rejuvenesceu,
Cresceu
Fazia inveja a outras flores…


 Carmo Bairrada

Sem comentários: