terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Em Demanda da "Ilha Desconhecida"1 (do conto de José Saramago)

Seguem 2 versões do poema inicial de Joaquim A. Oliveira:

o 1º, em verso longo...
" Somos todos viajantes neste mundo inóspito, e o melhor que poderemos encontrar em nossa viagem, é um amigo fiel, ou um grande amor "
 (Robert Louis Stevenson )


Despindo-me de mim, a nudez desvendou
o que sou e não sou, sonhando acordado,
" Viajando neste mundo inóspito ... ",
em oceanos, onde as Caravelas navegam,
sem bandeira real no topo dos mastros,
rumando, sem bússola, às Ilhas Desconhecidas .

Só aportamos em nós, saíndo de nós !
Cada quimera, uma decisão a cumprir:
confiar no porvir que a utopia acalenta ,
" encontrar em nossa viagem uma amiga fiel,
ou um grande amor ", jamais divulgado...
cumprir o destino, cumprir nosso fado .

Enredo-me nas malhas da rede que teci ...
Timoneiro do barco que sou, aportei em mim .


Joaquim Afonso Oliveira

... e o 2º, em verso curto...


SÓ APORTAMOS EM NÓS, SAINDO DE NÓS

Despido de mim, a nudez
desvenda quem sou e não era:
barco navegando ao longe,
ansiando pela terra.

Enamorado de um sonho
que a utopia alimenta,
navego-me em terra
do Amor que a sustenta.

Nas redes me enredo,
nas malhas deslaço
e vencido o cansaço
sou de novo ao leme...

Parto.
Aporto.
E a mim regresso.


Luísa A.

(Nota: ler o Conto da Ilha Desconhecida de José Saramago, aqui: http://usazeitaoliteratura.blogspot.com/2011/01/o-conto-da-ilha-desconhecida-jose.html )

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